10:42:00 PM

Redundâncias

Postado por Meg |

Então...

Eu sinto falta do tempo em que eu sabia escrever
Que eu não conhecia as regras
Que eu era livre
Que minhas linhas faziam algum sentido a mais
Sinto falta do tempo em que eu sabia me expressar
E que sem modéstia eu me perguntava se realmente havia escrito algo tão cheio de significado
Algo tão cheio de mim
Que chegava a transbordar
Ou talvez algo tão sem nada de mim
Mas certamente de dentro...
Eu não sei onde me perdi
Onde me deixei
Ou em que curva escolhi errado
Eu não sei se ainda conheço as palavras
Pois tão pobre é meu vocabulário
Às vezes eu acho que a culpa é do mundo
Às vezes acho que a culpa é de Deus
Mas na maioria dos instantes reconheço
A culpa é toda minha
E o que antes eu fazia questão de divulgar
De alardear aos quatro cantos
Prefiro guardar cá comigo
Ainda que eu continue publicando
Não faço mais questão de outras leituras

(Então não publique !– Digo pra mim)

Mas talvez ainda haja aqui alguma esperança

E uma vontade louca de fazer sentido novamente

Mas não sei quando eu serei capaz de concordar comigo

E de falar as verdades do jeito que eu gosto

Talvez ainda haja tempo de mudar de caminho

Talvez ainda haja tempo para um carinho

Talvez ainda haja tempo para tanto coisa

Na verdade minha maior esperança

É que um dia eu "volte de novo" pra mim...

(Eu e minhas redundâncias)

Meg

25/05/2008

2:10:00 PM

Abacate

Postado por Meg |

Por mais que a gente tente não lembrar e até queira se esconder, por mais que a gente queira fugir ou finja não perceber

Não tem jeito, está aqui, dentro de nós
Por mais que a gente mude de estrada ou atravesse a calçada, por mais que a gente diga que não ou tape os ouvidos.
Não tem jeito, tá escrito, dentro de nós
E não importa o que mais possamos fazer, não importa o que os outros vão dizer, na verdade, ainda que o mundo inteiro fique de boca fechada
Não adianta, pois não podemos calar a nossa própria voz
E a gente vai andando, tentando parar de sofrer... vai inventando mil maneiras de esquecer
Mas não adianta, está presente, bem dentro de nós
Cada um com seu motivo, cinza ou colorido, grande ou pequeno, cada um com seu veneno mordendo a própria língua...quem lê e não me entende pensa que estou num acesso de loucura, pois pense, ache o que quiser achar... tortura é se encontrar nessas linhas, é correr e fugir de si mesmo
Andar a esmo em pleno dia de sol
Cada um que faça o que achar melhor...não importa...de noite, quando estiver só você e o travesseiro, você vai lembrar da frase
Não tem jeito, está aqui, dentro de nós.